2.1. A HISTÓRIA DA EDIÇÃO DE VÍDEO

 

A Partir do momento em que a televisão foi criada existiu a necessidade de encontrar um método que permitisse que o som e a imagem fossem retransmitidos noutros horários., nomeadamente nos Estados Unidos da América onde o fuso horário varia de estado para estado.

Inicialmente todos os programas eram transmitidos live ou em direto e se existisse uma necessidade dos mesmos serem gravados ou armazenados, tinham que ser gravados em película. Porém a utilização do filme como suporte de registo era bastante dispendiosa e demorada. Após a sua captação, as imagens, tinham que ser reveladas num laboratório complexo, e uma vez revelado o filme este não poderia ser reutilizado (editado) no registo de outro acontecimento.

Foi assim que em 1956 a empresa Ampex apresentou, na Associação de Radio Televisão, o primeiro gravador de videotape (videogravador)

De acordo com os autores Gordon White e Steven E. Browne o primeiro gravador de vídeo profissional foi obra de uma equipa de engenheiros na qual se destacaram os nomes de Charles Ginsberg, Charles Anderson, Ray Dolby, Fred Pfost, Shelby Herderson e Alex Maxey. Este novo sistema, usando a tecnologia quadroplex.

Criado em 1956 pela empresa Norte-Americana as fitas de vídeo quadruplex foram as primeiras fitas de vídeo de sistema analógico que cumpriam as funções básicas para a retransmissão e emissão de televisão. O nome de quadruplex surge do sistema em si , este sistema tinha 4 “cabeças magnéticas” que faziam uma rotação transversal a volta da fita proporcionando assim 14.440 rotações para o sistema NTSC/30 imagens por segundo.

Apos o sistema quadruplex foi introduzido o registo magnético, este dispunha de dois métodos de gravação :  A longitudinal e a helicoidal.

O sistema longitudinal utilizava uma cabeça estática, gravando assim as faixas de dados em formato paralelo ao deslocamento da fita. Já a tecnologia helicoidal utilizava cabeças rotativas que interligadas a um tampor que funcionava a elevadas rotações fazia a gravação de média no sentido diagonal ao da fita.

A vantagem do sistema helicoidal era o facto de dispor uma densidade de gravação muito maior que a longitudinal, mas em contrapartida impõem um severo desgaste sobre a fita , devido ao facto de esta trabalhar a velocidades superiores as 2.000RPM’s/Min.

Dois anos após a introdução do registo magnético (1958) foi introduzida a edição de vídeo, tal como na montagem cinematográfica começou por ser uma edição física, este processo era algo muito complexo e dispendioso. A Imagem e o som eram gravados separadamente ou seja existiam grandes problemas com a sincronização. Posteriormente à década de 60 a Ampex introduziu, também, o processo de edição eletrónica, ainda hoje este processo é utilizado pelos editores de vídeo que respeitam a edição de vídeo linear.

Este processo é baseado na transcrição ordenada de sectores gravados numa fita original. Para que este tipo de edição seja possível é necessário um magnetoscópio reprodutor, um monitor para visualizar o material em bruto, um segundo magnetoscópio para selecionar o material pretendido, outro monitor para a visualização dos planos selecionados e, por fim, um controlador de edição para interligar todos estes equipamentos.